quarta-feira, 2 de novembro de 2011

OS ASPECTOS SOCIAIS DA ADOÇÃO

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Com o objetivo de integrar o projeto de extensão, na modalidade solidária, direcionado aos alunos da graduação da Escola de Direito do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), a Instituição promoveu, na noite de sexta-feira (28), palestra sobre os “Aspectos Sociais da Adoção”. Para falar sobre o assunto, a direção convidou a especialista Fabiana Gadelha, que prendeu a atenção dos estudantes ao fazer um breve relato da situação social e legal da adoção no Brasil.


“Como a extensão deve integrar o ensino, a conferência traz justamente o conhecimento, mas também com a prática”, considerou a diretora-geral da Escola de Direito do IDP, Julia Ximenes.

A coordenadora adjunta da graduação, Dulce Furquim, ao iniciar a atividade, apresentou Fabiana e afirmou que além da experiência profissional, a professora tem muito para contribuir, também, com sua experiência de vida pessoal, pois Gadelha é mãe de três crianças, sendo duas delas adotadas.

Gadelha agradeceu o convite para ministrar palestra aos alunos em formação na área do Direito e começou sua explanação alertando que ninguém deve adotar uma criança por pena. “Quem quer fazer caridade não precisa adotar, basta participar de uma ação social e ajudar de alguma forma”, defendeu a especialista e justificou afirmando que a adoção não é um ato humanitário de filantropia, mas sim um ato de amor onde “se busca transformar em herdeiro alguém estranho a sua genética”.

Dentro desse contexto, a professora revelou que a intenção da sua palestra é contribuir para o preparo dos alunos do curso de Direito, no sentido deles passarem a ter uma noção afetiva e social do problema do abandono infanto-juvenil no País. Para tanto, Gadelha falou dos aspectos sociais e legais da adoção, relembrando o processo histórico da legislação e abordando questões como: a razão pela qual as crianças estão nos abrigos, o motivo pelo qual essas crianças não são adotadas, o porquê de existirem tantas pessoas que querem adotar e não conseguirem e o porquê de tantas crianças crescerem em abrigos e depois saírem, aos 18 anos, sem nenhuma estrutura ou autonomia, o que, muitas vezes, tendência para que esses adolescentes entrem para o mundo do crime, da prostituição ou do subemprego.

A professora aproveitou o ensejo e, antes de concluir sua conferência, falou, ainda, da importância da participação de grupos de apoio à adoção, o que ela definiu como “movimento em benefício da convivência familiar e comunitária que objetiva, nada a mais nada a menos, do que formar famílias” e, na ocasião, apresentou para os alunos da Escola do IDP o Grupo Aconchego, organização não governamental de Brasília a qual ela é diretora jurídica.

“Há quinze anos o Aconchego faz um belíssimo trabalho para acompanhar pessoas que adotam e pessoas que são adotadas e realiza campanha de conscientização sobre a adoção de pessoas com deficiência, na tentativa de incentivar e mostrar que é possível sair daquele perfil clássico de adotar menina, recém nascida e branca”, disse a especialista.

A palestra aconteceu no auditório da Escola de Direito do IDP, em Brasília, contou como duas horas de atividade complementar para os estudantes da graduação e foi aberta aos demais alunos, dos outros cursos oferecidos pela Escola (pós-graduação, mestrado e extensão).

Fabiana Gadelha .

É especialista em Direito Público, ativista do movimento da convivência familiar e comunitária e direitos da pessoa com deficiência, consultora do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA), órgão da Secretaria de Direitos Humanos/ Presidência da República, diretora jurídica do Grupo Aconchego, vice-presidente do DFDOWN e coordenadora jurídica da Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down.

(Fonte: Instituto Brasiliense de Direito Público - IDP)

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